Astrofotos feitas em 27/10/2011 (M27 em 16/10/2011) em ÁREA URBANA de Porto Alegre/RS, céu com MLV 3,5

 

Após as fotos, no final da página, há comentários sobre os resultados e referências de brilho superficial do céu poluído e dos objetos fotografados.

 

Todas as fotos feitas com

Sensor: DSLR Canon 450D a ISO 400

Objetiva: Nikkor 200mm L II f/2.8 @ f/3.2

Montagem: Orion SkyView Pro

Processamento: Stacking JPEGs, cor +20% saturação, auto flat field, curves

 

Nebulosa Planetária Halteres  da Raposa (Vulpecula)

M27 – NGC 6853 - Mag 7.3, Dim. 8´ x 6, brilho médio 11,4 mag/min2

12 fotos de 10s cada

 

 

Galáxia de Andrômeda

M31 (NGC 224) com M32 (NGC 221) e M110 (NGC 205)

M31 Mag 3.4, Dim. 189´ x 62´, brilho médio 13,5 mag/min2

M32 Mag 8.1, Dim. 8,5´ x 6,5´, brilho médio 12,4 mag/min2

M110 Mag 8.1, Dim. 19,5´ x 11,5´,  brilho médio 13,7 mag/min2

3 fotos de 10s cada

 

60 fotos de 10s cada

 

 

Galáxia do Triângulo

M33 (NGC 598) Mag 5.7, Dim. 69´ x 42´, brilho médio 14,2 mag/min2

28 fotos de 10s cada (lente @f/2.8)

 

 

Plêiades – Aglomerado aberto com nebulosidade M45

Mag 1.2, Dim. 100´, brilho médio 11 mag/min2

11 fotos de 10s cada

 

 

Considerações sobre PL (poluição luminosa) e brilho superficial

Tomo como referência o método de medição da luminosidade do fundo do céu (PL) com câmera DSLR (reflex digital)

descrito em

 

MLV 3,5 ou brilho superficial do céu de fundo 17.5 mag/arc seg2 = 8.6 mag/arcmin2 = 0,02 cd/m2,  definido pelo método exposto pelo Samir Kharusi em

http://www.pbase.com/samirkharusi/image/37608572

 

Sendo assim, o brilho médio de M27 (11,4 mag/arcmin2 = 0,005 cd/m2) é 25% do brilho do fundo do céu. Significa que a PL do céu brilha 0,020 cd/m2 e M27 brilha 0,025 cd/m2, pois seu brilho adiciona-se ao brilho da PL. O olho humano não consegue vê-la diretamente com essa PL, mas “empilhando” diversas fotos para diluir o ruído da foto permite posteriormente “espichar” o contraste, fazendo a M27 aparecer com algum destaque sobre o fundo poluído do céu.

O mesmo raciocínio se aplica à M31 em que, com apenas 3 fotos empilhadas, se detecta apenas os núcleos mais brilhantes de M31 e M32 (que tem seu brilho mais concentrado que a M110). Já com 60 fotos empilhadas, mesmo que com apenas 10s de exposição com sensibilidade ISO 400 em um céu urbano, podem ser detectados as partes mais claras e mais escuras nos braços da M31 (de reconhecida dificuldade pela grande diferença de brilho entre o núcleo e seus braços espirais), além de revelar a M110.

A M33 aparece precariamente. Afinal, é um objeto de grande dificuldade. Mesmo em céus escuros, poucos colegas conseguiram observá-la com seus instrumentos. Por isso esta foto, que a detectou mesmo em ceu muito ruim. Talvez um dia experimente empilhar 200 fotos para tentar revelar seus braços espirais com esse céu.

Quanto às Plêiades, o notável é se perceber alguma nebulosidade mesmo nesse céu ruim. Mesmo raciocínio da M33.

 

 

 

Autor: Paulo Krieser

paulo.krieser@terra.com.br

atualizado em  05/11/2011

 

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